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ABELHA INDÍGENAS DETERMINAÇÃO DE SEXO

Nas abelhas, e na maioria dos Hymenoptera, as fêmeas originam-se de ovos fecundados e são diplóides, enquanto que os machos originam-se de ovos não fecundados e são haplóides.

Ocasionalmente, quando as rainhas foram fecundadas por machos aparentados, parte de seus ovos fecundados podem originar machos diplóides, nesse caso a rainha da colônia poderá ser morta pelas operárias .

Em Trigonini as rainhas são normalmente produzidas em células especiais, mais volumosas, muitas vezes, localizadas na periferia do favo de cria, denominadas realeiras ou células reais. Nessas células, a quantidade de alimento colocada é bem maior que aquela colocada nas células das quais emergem operárias e machos. Em algumas espécies dessa tribo, que constroem o favo em forma de cacho, uma larva presente em uma célula de operária, após ingerir o alimento da sua célula, fura a parede da célula adjacente e ingere o alimento, desenvolvendo-se em rainha (Terada, 1974). Algumas vezes de células reais não emergem rainhas, mas machos gigantes, cujo papel é desconhecido.

Em Trigonini, qualquer larva de fêmea, se alimentada com quantidade adequada de alimento, é capaz de se diferenciar em rainha, e não existem evidências de diferenças qualitativas entre o alimento depositado em células que originarão operárias e machos e aquele depositado nas realeiras. Experimentalmente, é possível produzir rainhas, alimentando-se, em células grandes (construídas artificialmente), larvas jovens de operárias com maior quantidade de alimento, retirado de células de operárias ou de machos .

Em Melipona não existem realeiras. As operárias, os machos e as rainhas emergem de células semelhantes. Em Melipona quadrifasciata, os machos emergem, principalmente, de células localizadas na região central dos favos, enquanto que as rainhas emergem, principalmente, de células localizadas na periferia dos favos. Embora exista essa tendência, as rainhas também emergem de células centrais e machos de células periféricas. Nessas abelhas, há evidências de que existem fatores genéticos envolvidos no processo de determinação das castas rainhas.

Em Meliponinae, de um modo geral, rainhas virgens podem ser encontradas nas colméias durante todo o ano. Existem épocas, entretanto, em que são produzidas em maior número. Diversas espécies de Trigonini aprisionam rainhas virgens em uma construção de cêra conhecida como célula de aprisionamento de rainha,  nessa célula as rainhas são mantidas por períodos variados de tempo. Em algumas espécies de Trigona, as rainhas armazenam durante seu desenvolvimento grande quantidade de reservas orgânicas e permanecem na realeira algum tempo após o término de seu desenvolvimento. Em Melipona as rainhas virgens podem ser mantidas na colônia por algum tempo, algumas vezes dentro de potes de alimento vazios. Tanto em Trigonini como em Meliponini, alguma dessas rainhas virgens pode substituir a rainha da colméia, em caso de morte desta, ou enxamear junto com parte das operárias para fundar novo ninho, as demais são mortas ou expulsas da colméia pelas operárias.