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    = ABELHAS NATIVAS CARACTERÍSTICAS GERAIS =

As abelhas da sub família Meliponinae (Hymenoptera, Apidae), são conhecidas por "abelhas indígenas sem ferrão" por possuírem o ferrão atrofiado sendo, portanto, incapazes de ferroar. Ocorrem na América do Sul, América Central, Ásia, Ilhas do Pacífico, Austrália, Nova Guiné e África. Taxonomicamente está subdividida em duas tribos. Meliponini formada apenas pelo gênero Melipona, encontrado, exclusivamente, na região Neotropical (América do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini que agrupa um grande número de gêneros e está distribuída em toda a área de distribuição da sub família.

Todas as espécies de Meliponinae são eusociais, isto é, vivem em colônias constituídas por muitas operárias (algumas centenas, até mais de uma centena de milhar, conforme a espécie) que realizam as tarefas de construção e manutenção da estrutura física da colônia, coleta e processamento do alimento, cuidado com a cria e defesa. E por uma rainha (em algumas poucas espécies são encontradas até cinco) responsável pela postura de ovos que vão dar origem às fêmeas (rainhas e operárias) e a, pelo menos, parte dos machos (em diversas espécies, parte dos machos são filhos das operárias).

Os machos são produzidos em grande número em certas épocas do ano e podem realizar, esporadicamente, algumas tarefas dentro da colônia, além de fecundarem as rainhas, durante o vôo nupcial. Normalmente, alguns dias após emergirem (quando a abelha, após terminado seu desenvolvimento, sai da célula de cria), os machos são expulsos da  colméia.

As abelhas são insetos holometabolos, isto é, a fêmea realiza postura de ovos que dão origem as larvas, que são morfológica e fisiologicamente diferentes dos adultos. Elas se alimentam, crescem, sofrem um certo número de mudas e se transformam em pupa, forma esta que não se alimenta e fica imóvel na célula de cria. Após algum tempo, a pupa sofre muda, se transformando em uma abelha adulta.

No caso de Meliponinae o ovo é posto em uma célula construída com cerume (mistura de cêra, produzida pelas operárias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espécies como Leurotrigona muelleri, com cêra pura. O alimento larval (mistura de secreção glandular, mel e pólen) é depositado nas células pelas operárias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento é denominado de aprovisionamento massal. O alimento se estratifica dentro da célula, dessa forma a larva ingere, inicialmente, a fase líquida, composta por secreções glandulares e mel e depois o pólen (fase sólida).

Durante a operculação, eventualmente, a operária pode realizar postura de ovo que, por não ser fecundado, irá originar macho (a rainha também pode por ovos não fecundados, que originarão machos).